28/11/2013

COMO A ESCOLA PODE TRANSFORMAR A REALIDADE EM QUE ESTÁ INSERIDA?

Introdução
          Transformação, Diferencial, Mudança, palavras que ouço, desde minha adolescência, inclusive há um versículo bíblico em Romanos Capítulo 12 versículo 2, que fala sobre isto: “...mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento...”. Porém, a vida nos permite constatar que, mudanças, transformações e Diferenciais, partem de uma realidade que se quer melhorar. Será? Será isto possível: melhorar? Será uma necessidade ou um desejo, fazer diferente do que já fizeram? Seja como for, não podemos negar o papel influenciador da Escola. Mas o que precisamos, antes de nos enveredarmos pelo viés da proposta transformadora é: ouvir a voz de um sábio que ecoa até hoje, acredito que qualquer transformação deve considerar isto, tendo em vista que “Ninguém Muda Ninguém” (Letuce - http://www.vagalume.com.br/letuce/ninguem-muda-ninguem.html), Sócrates nos propõe a reflexão: Conhece-te a ti mesmo. Então, a Escola somente poderá transformar a realidade onde está inserida, quando “conhecer-se”, entender o seu papel, enquanto organismo e não mais apenas como Instituição. Isto posto, comecemos então a visualizar a mudança que, partindo do autoconhecimento funcional, faz com que a Escola se olhe: professores, alunos, pais, funcionários, direção e comunidade. Como um todo integral, que não pode ficar de um lado, enquanto existem outros de outro lado, sua existência, eficiência, eficácia e efetividade transformadora, não está mais pautada em sua competência em propor um currículo que acrescente algo ao não-saber de seus alunos, mas sim, num currículo que seja capaz de entender a si mesma, enquanto Instituição e Organismo que se adapta ao meio, recebe e dá saberes, numa troca que, capacita sua revitalização e intervenção na política ambiental e social, deixando de ser fria e distante, para tornar-se e atualizar-se viva, pulsante, necessária, desejada e indispensável à felicidade social, pois cumprirá o papel de facilitadora das relações interpessoais.
Qual é a realidade da escola, tal como você conhece?
          Uma realidade que evidencia a falta de “laços sociais que unem o resto dos habitantes” (Zygmunt Bauman - MODERNIDADE LÍQUIDA – 2000), habitantes esses: professores, alunos, pais de alunos, demais profissionais de educação e comunidade. A escola não deve ter um olhar indiferente à realidade do educando, pois isto é um fator de digressão do aprendizado. Ao concordar com a afirmação que afirma a constituição social do ser humano, a escola deve se propor à missão de educar em parceria, respeitando o saber que já vem de casa. Isto não tem ocorrido. O que há é uma preocupação em se passar conteúdo e testar (por intermédio de provas) esse conteúdo. É mais uma questão de memorização de informações, do que o exercício mental na construção de saberes. A escola mantêm uma postura de “Depósito do Saber” inviabilizando o processo de receptora de múltiplos saberes, incluindo o do próprio educando. Isto cria um “abismo” no relacionamento entre os atores envolvidos nessa relação. Leiamos a frase: “Educação vem de Casa”, tendo a escola a função de educar, como então não considerar essa educação do senso comum? Como ignorar a educação básica que a família proporciona ao educando? A política educacional familiar não pode ser preterida, e é exatamente isto que a escola tem feito. Ou seja, ao nivelar todos os educandos, criando um parâmetro único, de tempo e conteúdo, não se respeita o “tempo” do educando, ou tão pouco se considera o que ele já sabe. Quando assumo politicamente, uma visão de democracia, concordo em permitir alguém de discordar ou concordar, para tornar isto justo, devo proporcionar a todos as mesmas condições, na construção ou desconstrução de saberes. Não quero me tornar complexo ou tão pouco prolixo, minha intenção é somente, elucidar a realidade imanente na escola: amplo despreparo de um número considerável de educadores, no quesito construção de saberes. O que existe é a exposição de conteúdo e memorização, sem a preocupação com uma metodologia que respeite e “acolha” as diferenças, limite, competências e potencialidades do educando.
Que sugestões você utilizaria para transformá-la numa escola transformadora da realizada social?
Considerar as relações afetivas entre professor e aluno (Kieckhoefe, Josiane Cardozo – I Seminário Internacional de Representações Sociais, Subjetividade e Educação – SIRSSE), ou seja, os laços sociais devem ocorrer em sala de aula. Os educandos aprendem mais e melhor em pessoas que confiam, naqueles que eles percebem que se importam com eles, que, de certa forma, criam um laço social. A exemplo do que diz John Dewey (1859-1952): “O professor que desperta entusiasmo em seus alunos conseguiu algo que nenhuma soma de métodos sistematizados, por mais corretos que sejam, pode obter".  Numa proposta da “metodologia de projetos” (contribuição de John Dewey e de William Kilpatrick), é possível fomentar nos educandos o interesse em aprender, pois enquanto aprendem, exercitam a práxis pedagógica, ou seja, praticam, usam e veem o resultado do que têm aprendido. Isto os capacita no exercício da cidadania. E dessa forma, compreendem que a escola pode ser um local de alegria, criatividade, cidadania, aprendizado e companheirismo.
Conclusão
Não podemos ignorar a importância da escola, porém o como essa escola tem subsistido em meio às mudanças sociais é algo que deve ser observado. A escola dita para todos, não acolhe a todos do mesmo jeito. Sua proposta é de competição, disputa e não acolhimento e integração. Cada educando deve ser incentivado, de forma a proporcionar único que suas habilidades sejam potencializadas. No atual discurso governamental de manter o educando mais tempo na escola, a fim de proporcionar-lhe maior aprendizado, o que vamos constatar é um retrocesso, ao invés de um avanço nesse aprendizado. Exemplifico da seguinte forma: um aluno de eletricidade aprende a utilizar o multímetro em sala de aula, no decorrer do dia aprende a utilizar outros instrumentos elétricos, e pratica isso na escola, porém quando vai para sua casa, não tem como utilizar esse instrumento, ou seja, suas condições sociais e econômicas não lhe permitem isso. Educação para todos, só será uma realidade quando sair dos portões escolares, quando esse ensino conseguir chegar nas casas e permitir ao educando que o utilize para mudar de vida no sentido positivo. Proporcionando assim, uma melhoria que poderá ser mensurada, à medida que acontece. Fazendo assim, essa escola criará laços sociais, elaborará e executará projetos e aproximará famílias, comunidades e educadores. A escola precisa existir, no entanto, sua intervenção precisa ser sentida por todos: Educandos, Família, Profissionais de Educação e Sociedade.
Referências bibliográficas
As Relações Afetivas Entre Professores e Aluno – KIECIKHOEFEL, Josiane Cardozo – X Congresso Nacional de Educação – EDUCERE
Zygmunt Bauman, MODERNIDADE LÍQUIDA, Tradução: Plínio Dentzien. Jorge Zahar Editor. Rio de Janeiro. Título original: LiquidModerniiy .Tradução autorizada da edição inglesa.

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