Claudio Marcio
Ensinando o educando a aprender, ou a
submeter-se à nossa cidadanização?
Orientando o cidadão de direito a
exercer sua cidadania ou confrontando seus saberes sem jamais considerá-los
respeitosamente?
Nos submetendo às indisciplinas como
incapazes de algum tipo de aprendizagem ou utilizando-as no processo de
construção de saberes?
Tendo receio de disciplinar,
instruir e educar diante de um discente cada vez mais indiferente à educação?
Aplicando conteúdo, selecionando
relações e implementando avaliações?
Indo por ir, obrigados pelos responsáveis
que nos educam, pois não existem outras opções?
Fomentando a violência, o racismo, o
fracasso, as relações positivas ou apenas matando o tempo?
Aprendendo a construir e descontruir
crenças limitantes ou reforçando visões segregacionais e discriminatórias por
intermédio do bullyng?
Aprendendo ou desaprendendo?
Entendendo que a escola é a extensão
da casa, campo de batalhas: religiosas e/ou culturais?
O espaço escolar é multicultural, multirracial,
com seres humanos que têm orientação sexual diversa, crenças distintas, local
para desenvolvimento da cidadania, onde conflitos ocorrem, não significando que
a violência deva ser incentivada, entretanto, nesse espaço temos visto o
reflexo de nossa sociedade, triste reflexo, triste sociedade. As relações, do
Estado Democrático de Direito com a população torna-se evidente (ou não) nas
salas, nos pátios, secretarias, diretoria e encontros e desencontros entre
responsáveis e escola. O que fazer para melhorar as relações plurais educacionais?
Não atrevo a dar uma resposta, porém sugiro um passo de cada vez, sendo assim,
um possível primeiro passo: Respeitar... Diferenças Culturais, Socioeconômicas,
Religiosas, Biotípicas, enfim, como já disse, não é a resposta, a solução, o
caminho, mas um passo em direção à Paz, ao Progresso das relações, à construção
de saberes.
Ouvir o outro, ser capaz de,
simplesmente olhar para compreender o porquê se é como se é, sem tentar mudar
ninguém, mas...
Li essa estória a alguns anos, mas
seria uma forma de caminharmos mais um passo em direção de uma possível solução:
Um cientista vivia preocupado com os problemas do
mundo e estava resolvido a encontrar meios de melhorá-los. Passava dias em seu
laboratório em busca de respostas para suas dúvidas.
Certo dia, seu filho de sete anos
invadiu o seu santuário decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista, nervoso
pela interrupção, tentou que o filho fosse brincar em outro lugar.
Vendo que seria impossível demovê-lo, o
pai procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho com o objetivo de distrair
sua atenção.
De repente deparou-se com o mapa do
mundo, o que procurava! Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários
pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou ao filho dizendo:
— Você gosta de quebra-cabeças? Então
vou lhe dar o mundo para consertar. Aqui está o mundo todo quebrado. Veja se
consegue consertá-lo bem direitinho! Faça tudo sozinho.
Calculou que a criança levaria dias
para recompor o mapa. Algumas horas depois, ouviu a voz do filho que o chamava
calmamente:
— Pai, pai, já fiz tudo. Consegui
terminar tudinho!
A princípio o pai não deu crédito às
palavras do filho. Seria impossível na sua idade ter conseguido recompor um
mapa que jamais havia visto. Relutante, o cientista levantou os olhos de suas
anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança.
Para sua surpresa, o mapa estava
completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como
seria possível? Como o menino havia sido capaz?
Então ele perguntou:
— Você não sabia como era o mundo, meu
filho, como conseguiu?
— Pai, eu não sabia como era o mundo,
mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado
havia a figura de um homem. Quando você me deu o mundo para consertar, eu
tentei mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e
comecei a consertar o homem que eu sabia como era.
Quando consegui consertar o homem,
virei a folha e vi que havia consertado o mundo. Autor desconhecido.
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